terça-feira, 26 de junho de 2012

Agapornis é um género de aves psitaciformes, onde se classificam os inseparáveis, pássaros-do-amor ou periquito-namorado. São aves barulhentas e ativas em liberdade e cativeiro, e dadas a demonstrações de afeto para com membros da sua espécie e donos humanos.Vivem em regiões secas relativamente arborizadas. É uma ave colorida e pequena, que atinge por volta de 15cm, variando um pouco de espécie para espécie. Vivem em pequenos bandos. Alimentam-se essencialmente de fruta, vegetais, ervas e sementes.


EspéciesOito nas nove espécies de Agapornis podem ser encontradas na África continental. Uma é originária de Madagascar (Agapornis canus). A. roseicollis pode ser encotrada em Angola e na Namíbia. A espécie A. personata encontra-se na Tanzânia. Cada espécie tem uma distribuição geográfica distinta. As espécies de Agapornis são: Inseparável-de-cabeça-cinzenta, Agapornis canus Inseparável-de-cara-vermelha, Agapornis pullarius Inseparável-de-asa-preta, Agapornis taranta, Agapornis swinderniana Inseparável-de-faces-rosadas, Agapornis roseicollis, Agapornis fischeri Inseparável-mascarado, Agapornis personatus Inseparável-de-niassa,Agapornis lilianae Inseparável-de-faces-pretas, Agapornis nigrigeni.
Aves do AmorOs Agapornis, se vistos na natureza, sempre voam aos pares. Após o acasalamento, o casal raramente se separa, permanecendo unidos até morrerem. Se for criado sozinho, torna-se triste e reservado numa primeira fase, e numa fase posterior pode vir a morrer de tristeza. Um casal manifesta a sua ligação efetuando alopreening mutuamente, foi este comportamento que deu origem a serem chamados inseparáveis, quando se aproxima a época de reprodução o macho começa a alimentar a fêmea com maior frequência e ocasionalmente este tipo de comportamento é recíproco. Em cativeiro dois machos ou duas fêmeas podem se comportar como sendo um verdadeiro casal se não tiverem acesso a parceiros do sexo oposto. Essa necessidade de viver aos pares leva a que sejam conhecidos por Inseparáveis ou Aves do Amor (Love Birds). Podem tornar-se muito sociáveis como os seus donos, mas precisam de muita atenção e amor

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Forma correta de anilhar


INSTRUÇÕES PARA ANILHAMENTO DE SUAS AVES

1 - Pegue o pássaro com a mão esquerda e segure na mão direita o anel,
2 - Procure deixar o dedo de trás no mesmo sentido da perna,
3 - A seguir introduza os dedos dianteiros, fazendo com que o anel passe para a perna,
4 - Por fim liberte o dedo de trás.

* Muito cuidado para não machucar a ave,
* Esta operação deve ser feita geralmente entre o 5 º ao 8º dia de vida.

quarta-feira, 20 de junho de 2012


Quando os filhotes morrem até ao terceiro dia, normalmente é porque os pais não os alimentam suficientemente bem, e vão enfraquecendo, acabando por morrer nos três primeiros dias.Daí ser sempre conveniente, no mínimo, observar de manhã, por volta das 8 horas se já têm o papo cheio, se não teremos que lhes dar a comida. Também é conveniente verificar por volta das 12 ou 13 horas, idem, depois pelo menos à noite, antes cerca de uma hora das luzes se apagarem, ou no caso de ser iluminação natural, antes do anoitecxer, que é para eles não passarem a noite toda sem nada no papo. Quando os pais não os alimentam, deveremos dar papas de 2 a 3 horas de intervalo no máximo, nos primeiros 5 dias. É que normalmente após uns dias de termos colaborado na alimentação dos filhotes, entretanto estes já ganharam força suficiente para pedirem a comida aos pais, passando estes a alimenta-los convenientemente. Também, será oportuno lembrar que nesta altura a iluminação deverá ter a duração pelo menos de 15 horas, das 6:30h da manhã, as 21:30 horas da noite.
Existem no mercado especializado, papas próprias para a cria à mão, por palito ou através de seringa, devendo no entanto escolher-se a mais adequada ao tipo de raças que estamos a criar.
A título de exemplo lembro que o valor protéico das papa terá que variar conforme os tamanhos das raças, assim dou alguns exemplos, raças de pequeno porte, como: os Canários de cor, Glosters, fife-Fancy e Lizards, necessitam até ao trinta dias de papas (quer de cria à mão, quer de comedouro), com um valor protéico bruto de aproximadamente 26%. Para canários de médio porte, como: Border, Norwich e Frizado do Sul, cerca de 29%, para grande porte, como: Crest, Yorkshire, Frizado do Norte e Pduano, cerca de 32%, e para raças gigantes, como o: Lancashire e Frizado Parisiense, 38% de proteína bruta. É claro que não encontrará papas no mercado com todas as características, pois ficam muito mais caras, devo dizer que a papa que eu utilizo para os meus Parisienses, deverá juntar à papa de cria à mão Proteínas vegetal e animal, ou seja, por exemplo de soja e lactoalbumina, que contém todos os aminoácidos necessários ao desenvolvimento, devendo ser equilibrada em 45% de proteína vegetal: 55% de proteína animal, acompanhadas de fosfato bicalcico, para um melhor desenvolvimento ósseo.
Nesta altura a Gordura bruta deverá ter um valor máximo de 8%, os minerais que na vida normal são de 3%, nesta altura terão de triplicar, as fibras e cinzas na ordem dos 3%. É conveniente entre a mistura que se fornece a os papas, os Hidratos de Carbono andarem pelos 58 a 60%, o que quer dizer que não se deve fornecer muita aveia juntamente com o alpiste, pois torna-se muito indigesta.
A ambas as papas deveremos juntar um Probiótico à base de lactobacilos, para reposição constante de flora intestinal, e um antibiótico leve, próprio para crias, para prevenção de doenças intestinais. A papa de cria à mão normalmente só é utilizada durante os primeiros 8 a 10 dias, pois a partir dessa altura não a aceitam mais, daí, na papa que se coloca no comedouro para os pais a fornecerem aos filhotes, deverá continuar a possuir as qualidades protéicas e todas as outras acima referidas, pelo menos nos primeiros 30 dias de vida.
Se morrerem após o quinto ou sexto dia, é bem mais grave, pois se passam os 3 primeiros dias, não se trata de falta de alimentação, mas sim de doença, pois, muito embora eles possam morrer em estado de eventual magreza, deve-se ao fato de estarem doentes e os pais ao constatarem isso, na maioria dos casos acabam por lhes deixar de dar comer.
Normalmente a doença que aparecer entre quinto e o décimo segundo dia é a Colibacilose, originada pela bactéria Ech.Coli, que é a que mais mata no ninho, a par eventualmente da Proventiculite.
Se os pais estão aparentemente bem, é Colibacilose. Se os pais estão um pouco abatidos, a ficar gradualmente magros, é bem pior, é Proventriculite, e esta doença praticamente não tem cura.
Vamos começar pela hipótese da Colibacilose; A colibacilose normalmente tem duas vertentes que atacam ao mesmo tempo, que é a de via intestinal e a de via respiratória, daí há necessidade de efetuar um tratamento, 5 dias antes da previsível postura (este tratamento põe-os imunes durante 15 dias a 3 semanas), com um antibiótico que possua a capacidade de prevenir a Colibacilose, Coccidiose, Salmonelose e Micoplasma, que normalmente será necessários associar-se dois antibióticos, que sejam compatíveis, administrar pelos menos 5 dias, sempre com complexo vitamínico-mineral-aminoácido.
Tal como outros grandes criadores nacionais e estrangeiros, eu não aconselho dar legumes na época das criações, pelo menos nos primeiros dias pois embora sejam muito apetecíveis, são a causa da origem da salmoneloses e colibaciloses, já que ou estão mal lavados, ou demasiado indigestos, face à fermentação, para além de nos canários de porte ser um fator de fraco desenvolvimento. Eu próprio não dou legumes aos meus canários há três anos, e tenho casais a criar desde 1995, que nunca estiveram doentes. Claro que, os legumes são ricos em minerais e sódio, que tudo isto é facilmente substituível com um complexo multimineral (eu utilizo um à base de extratos de algas). O sódio resolveremos com uma colher de sopa de sal de cozinha, por cada quilo de papa. O sódio é importante porque evita o picacismo e canibalismo. Quanto à fruta, nesta altura não dar mais que um pouco de maçã e ou cenoura cortada e não ralada, pois a cenoura ralada azeda e fermenta de imediato, uma vez por semana.
Dar menos sementes negras (gordas) e mais papas, devendo 15 dias antes das criações dar dia sim dia não, dar todos os dias durante a época da postura, parar na incubação e recomeçar a dar 2 dias antes do filhotes nascerem, a partir daí dar todos os dias até à sua separação, entretanto os pais no novo ciclo da incubação, continuando os filhotes com papa diária até os 45 dias, retomando depois uma alimentação normal.
Se a papa é de molhar, nunca deve ficar de um dia para o outro, e se a umidade da papa é grande, e a umidade ambiente é mais de 60%, deverá estar disponível para os canários no máximo 2 horas.
À noite convém deixar a chamada papa úmida (de ovo), e para a enriquecer um pouco, deverá juntar-se lhe papa úmida de insectívoros, pois tem mais proteína.

Luiz Pirez Ovar
Revista Pássaros Ano 7-nro 33/2002
Arquivo editado em 25 Maio 2003

Artigo retirado do site: http://www.criadourokakapo.com



Dezembro / Janeiro

Efetuam-se as últimas crias. O que não se conseguiu até este mês, não adianta continuar a tentar, pois as fêmeas estão praticamente esgotadas pelo calor, pelo cansaço e pelo esforço da criação. Convém ir se preparando para a próxima muda, administrando para as fêmeas alimentação rica em vitaminas, aveia, etc. Terá que cuidar que a água seja abundante e fresca e que os alimentos brandos não cheguem a fermentar pelo calor. Cuidado com as mudanças bruscas do clima de verão.

Janeiro / Fevereiro

Todos os utensílios que foram usados durante a época de cria, serão desinfetados corretamente e guardados para a próxima cria. Os exemplares deverão estar nas voadeiras ou gaiolões de emenda. Devemos observar o seu vigor e estado geral de saúde. A alimentação deve ser variada e rica em cálcio para que possam enfrentar o desgaste originado pela muda.

Fevereiro / Março

Os canários estão em plena muda, não deveremos perder de vista, sobretudo, os últimos filhotes que são os mais débeis, assim como também os exemplares adultos, tratando de ajudá-los no transtorno da troca de penas, preservando-os das correntes de ar e mantendo uma abundante e variada alimentação.

Março / Abril

Mês de pouca atividade. Os exemplares continuam nas voadeiras. Estarão em sua maioria com suas novas plumas, e com a muda terminando. Devemos começar a escolher os melhores filhotes.

Abril / Maio

Começa o frio e deveremos aumentar na comida a porcentagem de alguns grãos oleaginosos (níger, cânhamo, etc.). Se iniciará a seleção dos pássaros que poderão ser candidatos a Concursos, colocando-os em gaiolas individuais.

Maio / Junho

Chega o rigoroso inverno. A alimentação será mais forte, pois o organismo consome grande quantidade de calorias. Observaremos com mais detalhes os pássaros que selecionamos para exposição, mantendo-os em perfeita higiene.

Junho / Julho

Mês de exposição. O canaricultor obterá o fruto de tudo o que sonhou, não devendo deixar-se levar por algum desengano, pois, em canaricultura sempre haverá o que aprender, e a melhor forma de fazê-lo é corrigindo os fracassos ocorridos. E quanto ao cuidado com os exemplares, seguiremos com a indicação dos meses anteriores, boa alimentação e preservação contra os rigores do inverno ( caso vc seja espositor)

Julho / Agosto

Começaremos as tarefas da reprodução, serão selecionados, minuciosamente, os casais, observando que ambos os componentes se completem, de acordo com o que desejamos criar.

Agosto / Setembro

Se o tempo ajudar, teremos fêmeas chocando e para meados do mês, os primeiros filhotes, a quem dispensaremos cuidados especiais, alimentação fresca e variada, abundante e nutritiva. Se tratará no possível, de não molestá-los, apesar de vigiar se constantemente, em momentos oportunos, se os pais tratam dos filhotes.

Setembro / Outubro

A criação estará em pleno apogeu, e teremos filhotes emplumados e outros a sair dos ninhos, deveremos estar atentos ao comportamento dos pais, pois alguns machos mais fogosos molestam as fêmeas. Se isso ocorrer, deveremos então separá-los . Por outro lado, pode ocorrer que fêmeas arranquem penas dos filhotes, no seu afã de fazer novo ninho. Deveremos então separar os filhotes com uma grade, possibilitando a fêmea a continuar tratando dos filhotes, até que possam comer sozinhos.

Outubro / Novembro

Neste mês, tendo em conta as indicações feitas para outubro, e quando a criação segue em pleno apogeu, se cuidará que as águas sejam frescas e que os alimentos não cheguem a fermentar, principalmente os brancos (pão com leite, etc.). Não devemos nos descuidar do fator higiene que é de suma importância a esta altura do ano, pois poderão aparecer piolhos e outros parasitos. Teremos que nos assegurar, também, que a noite os mosquitos não molestem os canários, pois estes visitantes noturnos trazem grandes transtornos.

Novembro / Dezembro

Estaremos na terceira postura ou ninhada, alguns na quarta. Observaremos, como nos meses anteriores o estado dos alimentos e dos bebedouros. Todos os pássaros devem estar protegidos do rigor do calor. Estaremos com os filhotes da primeira e segunda ninhadas nas voadeiras. Poremos atenção especial na prevenção contra piolhos para que não ataquem as fêmeas, que deverão estar extenuadas pelo esforço realizado.

De um modo sintetizado, analisamos as tarefas mais elementares de acordo com o mês calendário, os pormenores sobre acasalamentos, alimentação, preparação para exposições etc. etc. Boa sorte!!!



Fonte: artigo retirado da internet.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

DICAS PARA INICIANTES (Autor: César Wenceslau – Estudante de Medicina Veterinária)


Dicas e informações para Iniciantes
Aqui temos algumas dicas simples, mas muito úteis e que geram muitas dúvidas para os criadores iniciantes e apreciadores de canários:

Diferenças entre os sexos dos canários
Diferença entre sexos: Na época da reprodução (principalmente), que vai de agosto à janeiro, os machos de canários cantam, e as fêmeas não. Tambémpode-se diferenciar os sexos dos canários através da visualização de sua cloaca, onde observa-se que os machos possuem uma protuberância ("espigão") e as fêmeas apresentam o abdômen arredondado. Esta característica é valida para canários adultos e em período reprodutivo. Para filhotes, esta tarefa de determinação do sexo torna-se um pouco mais complicada, e garanto que todos já se enganaram supondo precocemente o sexo de um canário filhote baseado no seu "canto" ou ao observar sua cloaca. Existem algumas outras teorias para se determinar o sexo dos canários (formato do ovo, filhote se esconde no ninho, posição do olho em relação à linha horizontal do bico, etc), mas não têm muito embasamento científico e geram muitos erros, tendo a sua eficácia um pouco questionada.
OBS.: Os machos tendem a cantar mais quando estão sozinhos, alguns param completamente de cantar quando estão acasalados. Há também o período de muda, onde os canários trocam todas as penas do corpo (entre março e maio geralmente), o que é um processo normal para todas as aves, fazendo com que os machos também cantem menos ou até parem de cantar.

Muda de Penas
Uma vez ao ano, os canários trocam de penas. Neste período, todas as penas do corpo do canário caem gradativamente, sendo substituídas por penas novas. Geralmente, tal processo ocorre entre os meses de março e maio para canários adultos, e um pouco mais cedo para os filhotes (com menos de um ano de vida). O período de crescimento médio de uma pena é de 45 dias. Nesta época, os machos param de cantar e as fêmeas não têm muito interesse pelo ninho ou pelos seus filhotes (algumas fêmeas que entram em muda no meio da criação podem até abandonar seus filhotes ou ovos), além da fertilidade de ambos os sexos diminuírem. Por este motivo, os canários devem ser colocados em "repouso" no período de muda, tendo um descanso reprodutivo e uma ótima alimentação, permitindo que estejam em boas condições de saúde para a próxima temporada reprodutiva. Alguns canários permanecem meses (ou praticamente o ano todo) em muda, e isto indica algum problema (luminosidade ou alimentação inadequadas, doenças, etc). Cuide bem dos canários nesta época, que apesar de ser um tanto quanto desanimadora (sem filhotes, sem pássaros cantando e penas por todos os lados), é de extrema importância na saúde do seu pássaro.

Cores - Histórico
Atualmente, existem cerca de 500 "cores" ou combinações de cores reconhecidas pela Federação Ornitológica Brasileira (FOB), que são agrupadas em cerca de 50 séries, reunindo as cores com características semelhantes. Toda essa enorme variedade se deve ao fato de que estes pássaros já são criados há séculos em cativeiro, cujos ancestrais são oriundos das Ilhas Canárias, nos quais foi realizado um intenso trabalho de seleção genética, associado ao aparecimento de algumas mutações e da hibridação com outras espécies, permitindo a criação de todas essas cores. Os canários atualmente criados em gaiola não existem na natureza, e não conseguem sobreviver em tais condições. Dentre as cores mais conhecidas, temos: branco, amarelo, vermelho, verde, cobre, canela, entre outras.

Cores - Intenso X Nevado
No canário selvagem, ancestral dos canários criados atualmente, os machos apresentavam uma coloração esverdeada mais brilhante, e as fêmeas, eram mais pardas, sem uma coloração muito exuberante. Porém, não haviam grandes diferenças entre as colorações dos pássaros. Com a interferência do homem, foram selecionadas duas grandes "categorias" de cores nos canários: os Intensos e os Nevados. Esta classificação leva em consideração a distribuição do pigmento pelas penas dos canários. Os canários Intensos, que possuem penas mais curtas, apresentam pigmentação por toda a pena, tendo uma coloração bem viva; já os Nevados, com penas mais longas, não possuem a pigmentação nas extremidades das mesmas, dando a impressão de estarem cobertos por uma névoa, que deve ser uniforme e por todo o corpo, dando a impressão que estes canários possuem uma cor mais ofuscada. Em termos gerais, quando se pretende fazer um acasalamento, deve-se SEMPRE procurar parear casais formados por um pássaro intenso e outro nevado para que se possam obter filhotes com boas características e evitar problemas, como o nascimento de filhotes com penas muito curtas ou excessivamente nevados. O cruzamento de intensos com intensos ou entre nevados até pode ser feito, mas em condições muito especiais, não sendo indicado como uma prática rotineira, requerendo do criador um vasto conhecimento sobre técnicas de acasalamento e experiência na formação de casais para a criação.

Alimentação
Os canários são aves essencialmente granívoras (que se alimentam de grãos). Em cativeiro, sua alimentação consiste basicamente de:

- MISTURA DE SEMENTES: específica para canários, geralmente composta por alpiste (maior parte da mistura), níger, nabão, colza e linhaça. Deve ser se boa qualidade, sem fungos ou insetos, e mantida em condições adequadas de estocagem (local seco, sem odor, limpo e arejado), nunca por períodos muito prolongados.

- VERDURAS, FRUTAS E LEGUMES: os mais utilizados são: couve, almeirão, espinafre, verduras com folhas escuras - (alface não é recomendado); maçã e laranja (abacate é tóxico para a maioria das aves); jiló e pepino. Sempre bem lavados e sem agrotóxicos.

- FARINHADAS: formuladas especialmente para canários, geralmente contém ovo em pó, existem diversos fabricantes. Devem ser de boa qualidade, fabricados por empresas idôneas, e apresentar composição e níveis de garantia na embalagem. São muito indicadas, principalmente, para os períodos de reprodução.
- AREIA: também existem diversas empresas que comercializam este tipo de produto, alguns com aromas. São necessários para auxiliar a digestão e como fonte de alguns nutrientes para as aves.
- ÁGUA: sempre limpa, fresca, e de boa qualidade.
- RAÇÕES EXTRUSADAS: também existem de diferentes marcas no mercado, relativamente novas no cenário da canaricultura, são bastante eficientes, com formulações específicas para os diferentes períodos (reprodução, muda, etc), não fazem sujeira, balanceadas, porém com um custo um pouco mais elevado (compensado, pois só se usa a ração, sem gastos com farinhadas ou outras coisas para alimentação) e não são muito fáceis de encontrar para venda de acordo com a região.

Canários Brancos - alimentação
A cor branca dos canários é resultado da ausência de depósitos de pigmentos nas penas (melaninas e lipocromos).Os canários brancos, principalmente tratando-se de brancos dominantes, não devem receber alimentação rica em carotenóides, pois os mesmos apresentarão maior deposição de lipocromo nas regiões de asas, cauda, ombros e outras regiões. Verduras, ovo, milho (e derivados - farinha de milho, etc - infelizmente presentes na maioria das farinhadas), soja e outras fontes de carotenóides e xantofilas devem ser evitados para canários de concurso, pois acabam por deixar o canário com uma coloração excessivamente amarelada, decorrente da maior ingestão, absorção e deposição de carotenóides na plumagem, prejudicando-o em exposições. Claro, bons canários brancos dominante possuem também uma genética que, juntamente com a alimentação e os cuidados necessários, não permitem a deposição (indesejada) de lipocromo, restringindo-o apenas à ligeiros traços amarelo-limão nas rêmiges (assim como preconizado no manual da FOB), auxiliando e muito na preparação destes canários para concurso. Canários brancos "marfim" possuem um tom amarelo muito mais evidente e por todo o corpo, não sendo recomendável a criação de canários com tais características.
Vale ressaltar, que segundo o Manual de Julgamento de canários de cor da FOB: "a avaliação do branco está intimamente ligada ao brilho da plumagem e à limpeza da mesma", sendo motivo de desclassificação "qualquer uso artificial para modificar o aspecto fenotípico do pássaro (corantes artificiais, talco, óleos para dar brilho, penas cortadas, etc.)."


Canários de Cor, de Porte e de Canto Clássico
Basicamente, na canaricultura, existem três grandes "categorias" ou "setores" diferentes, que são:
- Canários de Cor
- Canários de Porte
- Canários de Canto Clássico

Esta divisão ocorre de acordo com o objetivo pretendido pelos criadores dentro de cada um destes setores.
Nos Canários de Cor, a seleção genética é fundamentalmente baseada nas cores e padrões de coloração dos canários, sendo que outros quesitos como formato, postura e conformação são deixados em segundo plano na criação e julgamento das aves. Claro, o formato dos canários também é considerado em julgamentos, porém não é o fator mais relevante. Nestes canários, a cor deve ser uniforme, sem a presença de penas de outras cores ou manchas e marcações de pigmentação diferentes da cor do canário (por exemplo, em um canário amarelo, não são permitidas penas escuras, manchas no bico ou dedos e unhas escuras). Aqui estão incluídos os canários de cor brancos, amarelos, vermelhos, verdes, mosaicos, etc.

Nos Canários de Porte, o fator de seleção genética baseia-se principalmente em relação ao tamanho, formato, conformação e postura dos canários, onde as cores são deixadas em segundo plano, os canários geralmente podem ser manchados, com penas em diferentes cores, o mais importante é o canário estar dentro dos padrões exigidos para a sua raça. Problemas de postura e posição, formato ou tamanho inadequados são severamente punidos na hora do julgamento. Aqui estão incluídos canários das raças: Gloster, Frisados, Raça Espanhola, Lancashire, Scotch Fancy, Gibber Ittalicus, Yorkshire, entre outros.

Nos canários de Canto Clássico o fator principal de seleção genética é o seu canto, onde estes canários cantam com o bico fechado, movendo apenas o "papo", produzindo sons rolados, daí o nome de Canários Roller. Estes canários devem apresentar uma série de sons característicos, executando-os com perfeição, podem se apresentar em concursos individualmente, em duetos ou quartetos. A maioria dos canários vendidos como rollers ou de canto não pertencem à esta categoria.

Calendário Anual da Criação
O Cronograma Anual da Criação de Canários no Brasil segue este padrão, às vezes com pequenas variações de acordo com a localização do criadouro e de suas condições (luminosidade, temperatura, etc):

-FEVEREIRO E MARÇO: período de muda (principalmente dos filhotes) e início da seleção e preparação de filhotes para concurso.

-ABRIL E MAIO: preparação de filhotes para concurso e muda dos adultos.

-JUNHO E JULHO: concursos e exposições regionais, Campeonato Brasileiro e Campeonato Mundial - Hemisfério Sul; formação dos casais no final de julho.

-AGOSTO À JANEIRO: período de Criação.

Além de utilizar o período mais indicado para a criação (período com horas crescentes de luminosidade no dia e temperaturas favoráveis - Primavera e Verão), também permite aos criadores um período para o preparo dos filhotes para concursos e exposições. Em alguns locais e criações, os canários podem começar a criar em setembro, fazendo com que as canárias criem a terceira ninhada em março, porém estes filhotes podem ficar prejudicados para concurso já que não terão completado seu desenvolvimento adequadamente (caso sejam anelados com anéis pedidos no início da temporada reprodutiva, em setembro do ano anterior).

LIPOCROMO E MELANINA
Para entender as cores dos canários, é preciso entender sua origem. Para isso, alguns conceitos são necessários (apesar de as vezes parecerem um tanto quanto chatos, são indispensáveis).
A pigmentação exibida nas penas, bico, patas, unhas e pele dos canários é basicamente determinada por dois tipos de pigmentos: o LIPOCROMO (de origem lipídica - gordura, que pode ser alterada de acordo com a composição dieta mais facilmente) e a MELANINA (de origem protéica).

- LIPOCROMO: atualmente, são reconhecidos dois tipos de lipocromo existentes no canário: o amarelo (original) e o vermelho (obtido através do cruzamento com o Pintassilgo da Venezuela/Tarim). Algumas mutações alteram este lipocromo, como o fator marfim (originando o amarelo marfim e vermelho marfim) que o dilui; e os fatores Branco recessivo e Branco dominante, onde ambos inibem a deposição do mesmo (portanto, o branco resulta de uma ausência de pigmentos corantes).

- MELANINA: são classificadas em dois grupos:
*EUMELANINA que pode ser negra ou canela (originalmente encontrada no centro das penas);
*FEOMELANINA que é marrom (localizada na borda das penas - indesejável em algumas cores, porém extremamente necessária em outras);
Um canário pode apresentar apenas um tipo de EUMELANINA (ou negra ou canela) além da FEOMELANINA e do LIPOCROMO. A somatória destes pigmentos (ou sua ausência) e a localização dos mesmos na estrutura das penas determina a cor do canário.
Manifestações das MELANINAS (por exemplo, concentradas no centro das penas, formando as estrias de um cobre, ou apenas nas bordas das penas, formando as escamas de um canário féo) constituem o DESENHO. Já as MELANINAS dispersas uniformemente por toda a pena, influenciando a tonalidade do canário denomina-se ENVOLTURA.


Autor: César Wenceslau – Estudante de Medicina Veterinária da FMVZ/USP. Criador do canários de cor e porte.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Tabela de acasalamentos de canários de cor

Acasalamentos de Canários de Cor

Revista SOBC 1998
Arquivo editado em 25/04/2005

Nunca acasale


com fator vermelho x sem fator vermelho
linha clara x linha escura
diluídos x oxidados
mosaicos x nevados
dominante ou recessivo x com fator vermelho
dominante x marfim ou portador
ágata x féo
ágata x satinado
pastel x opal
pastel x satinado
pastel x féo
satinado x féo
féo x opal
opal x satinado

dois fatores diferentes de diluição de melaninas mesmo que sejam apenas dois portadores.

Todos os acasalamentos acima gerarão pássaros atípicos ou fora da nomenclatura atual, se não na primeira geração, nas subseqüentes.

Ainda não devem ser acasalados:

intenso x intenso
dominante x dominante

Pois nesses acasalamentos ocorre o fator sub-letal, matando parte dos
embriões e gerando parte dos filhotes debilitados.

Obs.:
Alguns acasalamentos não aconselháveis podem ser feitos visando
aprimorar determinadas qualidades. Por exemplo: acasalar mosaicos da linha clara com mosaico da linha escura, para obter mosaicos da linha escura bem caracterizados.

Entretanto, esses acasalamentos devem ser feitos exclusivamente por criadores experientes e que possuam um plantei grande.

Acasale sempre

linha clara x linha clara
linha escura x linha escura
sem fator x sem fator
com fator x com fator
nevado x intenso
nevado x dominante
nevado x recessivo
mosaico x mosaico
diluído x diluído
oxidado x oxidado

TABELAS

A - Lipocromo
1 - intenso x nevado
prole: machos e fêmeas intensos e nevados

2 - mosaico x mosaico
prole: machos e fêmeas mosaicos

3 - nevado x dominante
prole: machos e fêmeas nevados e dominantes

4 - nevado x nevado
prole: machos e fêmeas nevados, porém esse acasalamento gera
pássaros com excesso de névoa e de plumagem.

Obs.: mosaicos x intenso. Podem ser acasalados, visando intensificar o
lipocromo nas zonas índices dos mosaicos e reduzir o excesso de plumagem.
Contudo, só depois de algumas gerações e de acasalamentos consangüíneos obtém-se bons resultados.

B - Diluídos x Diluídos

l - (M) ágata x (F) Isabel
prole: machos ágatas portadores de Isabel fêmeas ágatas

2 - (M) ágata x (F) ágata
prole: machos e fêmeas ágatas

3 - (M) isabel x (F) Isabel
prole: machos e fêmeas isabéis

4 - (M) isabel x (F) ágata
prole: machos ágatas portadores de isabel
fêmeas isabéis

5 - (M) ágata portador de Isabel x (F) isabel
prole: machos isabéis
machos ágatas portadores de isabel
fêmeas isabéis
fêmeas ágatas

6 - (M) ágata portador de Isabel x (F) ágata
prole: machos ágatas
machos ágatas portadores de isabel
fêmeas isabéis
fêmeas ágatas

C - Oxidados x Oxidados
1 - (M) negro-marrom x (F) negro-marrom
prole: machos e fêmeas negro-marrons

2 - (M) negro-marrom x (F) canela
prole: machos negro-marrons p/canela
fêmeas negro-marrons

3 - (M) canela x (F) negro-marrom
prole: machos negro-marrons p/canela
fêmeas canelas

4 - (M) canela x (F) canela
prole: machos e fêmeas canelas

5 - (M) negro-marrom p/ canela x(F) negro-marrom
prole: machos negro-marrons
machos negro-marrons p/canela
fêmeas canelas
fêmeas negro-marrons

6 - (M) negro-marrom p/ canela x (F) canela
prole: machos negro-marrons p/canela
machos canelas
fêmeas canelas
fêmeas negro-marrons

Os canários negro-marrons oxidados são os verdes, azuis e cobres.

Porém na tabela quando aparece o termo negro-marrom não podemos esquecer que os cobres, ao contrário dos verdes e azuis, têm fator vermelho. Os acasalamentos corretos são:

verde x verde
verde x canela amarelo ou prateado
verde x azul
azul x canela amarelo nevado
cobre x cobre
cobre x canela vermelho
canela x canela

Obs.:
Os acasalamentos com negro-marrons portadores de ágata ou Isabel e canelas portadores de isabel, não foram feitos porque esses pássaros descendem de acasalamentos incorretos.

D - Pastel - Satínê - Marfim
1 - (M) puro x (F) normal
prole: machos portadores fêmeas puras

2 - (M) puro x (F) pura
prole: machos e fêmeas puros

3 - (M) normal x (F) normal
prole: machos e fêmeas normais

4 - (M) normal x (F) pura
prole: machos portadores fêmeas normais

5 - (M) portador x (F) normal
prole: machos normais machos portadores

fêmeas normais
fêmeas puras

6 - (M) portador x (F) pura prole: machos portadores
machos puros
fêmeas normais
fêmeas puras

Esses fatores são caracterizados por gens ligados ao sexo masculino. Não
existindo fêmeas portadoras, porque apenas um gen é suficiente para a caracterização desses fatores no fenótipo das fêmeas.

E • Recessivo - Opal - Ino (Féos) Topázios

1 - (M) puro x (F) normal
prole: machos e fêmeas portadores

2 - (M) puro x (F) pura
prole: machos e fêmeas puros

3 - (M) puro x (F) portadora
prole: machos puros
machos portadores
fêmeas puras
fêmeas portadoras

4 - (M) normal x (F) normal
prole: machos e fêmeas normais

5 - (M) normal x (F) pura
prole: machos e fêmeas portadores

6 - (M) normal x (F) portadora
prole: machos normais
machos portadores
fêmeas normais
fêmeas portadoras

7 - (M) portador x (F) normal
prole: machos normais
machos portadores
fêmeas normais
fêmeas portadoras

8 - (M) portador x (F) pura
prole: machos puros
machos portadores
fêmeas puras
fêmeas portadoras

9 - (M) portador x (F) portadora
prole: machos puros machos normais
machos portadores
fêmeas puras
fêmeas normais
fêmeas portadoras

Esses fatores são caracterizados por gens recessivos, que necessitam estar em dose dupla para sua caracterização no fenótipo e independem do sexo dos pássaros acasalados, por isso nota-se que na prole o fenótipo e o genótipo dos machos e das fêmeas são sempre iguais e que nos casais l e 5, 3 e 8, 6 e 7 a prole é idêntica.

Obs.:
Os canários de olhos vermelhos da linha clara (albinos, lutinos e rubinos) devem ser acasalados como satinês e não como inos, porque no Brasil atualmente quase todos os pássaros dessa linha descendem de satinês.


domingo, 25 de março de 2012

UM POUCO DA HISTORIA DO CANARIOS NO MUNDO

O canário (nome científico Serinus canarius domesticus'), conhecido popularmente como canário do reino ou canário belga, é um pequeno pássaro canoro, membro da família Fringillidae, pertencente à classe dos Passeriformes (Sick, 1997). Este pássaro é descendente de exemplares originários principalmente das Ilhas Canárias, daí “canário”. O nome das ilhas vem da palavra em latim ''canaria'' que significa "dos cães", já que, segundo relatos, os romanos encontraram ali muitos cães selvagens.

O pássaro ancestral, selvagem, possui um comprimento total de 12,5 centímetros um comprimento de asa de 71 milímetros. A sua plumagem possui coloração em tons esverdeados e amarelados, com a parte inferior do ventre de cor clara. As fêmeas possuem cores menos vistosas, e tonalidade mais parda - amarronzada, sendo também menos brilhantes.

 O início do fascínio do homem por estes animais é antigo: descoberto em 1402, o canário logo encantou seus descobridores pelo seu canto e vivacidade, e teve sua domesticação nos anos consecutivos ao seu descobrimento. Os canários, tal qual conhecemos hoje, difundidos por todo o mundo, são, portanto, resultado de mais de 600 anos de seleção e criação em cativeiro. Estes canários não existem na natureza, e são incapazes de sobreviver no ambiente natural, estando plenamente adaptados às condições de criação em gaiolas, como as atualmente utilizadas.

Existe um passeriforme sul-americano de aspecto semelhante ao canário (tamanho e cor), porém não é da mesma espécie do canário (Serinus canarius). Estes canários nativos da América (geralmente da espécie Sicalis flaveola, membro da famíliaEmberezidae) eram levados por piratas e navegadores como presentes aos reis europeus. Esta espécie, que ocorre também no Brasil, é conhecida como “canário-terra” ou “canário-da-terra-brasileiro” (Sicalis flaveola brasiliensis), e recebeu este nome popular para fazer uma contraposição ao canário que vinha “de fora” (do antigo “reino”, alusão feita à Europa nos tempos do Brasil colonial). Assim, têm-se o canário-da-terra (Sicalis flaveola brasiliensis) e o canário do Reino (Serinus canarius), duas espécies distintas. O canário da terra, bem como outros pássaros considerados da fauna nacional, são protegidos por legislação vigente em nosso país, sendo permitido tê-lo em cativeiro apenas com registro de criação e autorização do IBAMA, e os pássaros devem ser nascidos em cativeiro e portar anilha conforme exigido pelo órgão (para maiores informações, visite www.ibama.gov.br/sispass).
Já o nome ''canário belga'' faz alusão os primeiros canários importados para o país, provavelmente de origem Belga, já que a Bélgica é um tradicional país na criação destas aves, sendo estes primeiros canários importados os possíveis ancestrais da raça de porte hoje conhecida como Bossu Belga.

A distinção entre sexos, a princípio, é complicada, porém, com um pouco mais de experiência, deixa de ser um bicho de sete cabeças. Primeiramente, a diferença mais marcante é que, em condições normais, todos os machos costumam cantar, principalmente durante o período reprodutivo. Nesta mesma época  é possível identificar o sexo destas aves pelo formato do abdômen. Os machos possuem uma protuberância a 45º na região da cloaca, denominada espigão, enquanto as fêmeas possuem abdômen arredondado ou abaulado. Em algumas cores, como mosaicos e feos, por exemplo, pode-se distinguir o sexo de acordo com a coloração, pois estes canários têm uma maior tendência a possuírem dimorfismo sexual. As fêmeas no geral possuem cor menos brilhante e intensa.

MACHO:


FÊMEA:




No Brasil, o período reprodutivo vai de Setembro à Dezembro, dependendo das condições climáticas e ambientais. A postura é normalmente de quatro ovos com casca esverdeada ou azulada, com pequenas manchas marrom-avermelhadas. O período de incubação é de 13 dias, sendo a fêmea quem cuida dos ovos e ninho. O macho não colabora na incubação, mas quando os filhotes nascem, ainda com os olhos fechados e sem penas, ele auxilia na alimentação dos mesmos. A plumagem começa a surgir por volta dos 7 dias de idade, e os filhotes abandonam o ninho normalmente com 18 a 20 dias, permanecendo dependentes dos pais até os 35 dias de idade, principalmente no que se refere à alimentação – após esta idade, passam a se alimentar por conta própria. Um casal em boas condições pode ter entre 3 e 4 crias em um ano, não sendo recomendado número maior que este pelo desgaste excessivo e comprometimento das condição física dos animais. Recomenda-se então separar o macho da fêmea, para que estes possam recuperar seu vigor físico durante este período, que pode ser denominado de descanso reprodutivo, e realizar a muda de penas.

Uma vez ao ano, os canários, bem como ocorre com outras espécies de aves, realizam a muda de penas, período em que a ave troca gradativamente sua plumagem, um processo fisiológico e normal, necessário para a renovação das penas danificadas e para descanso reprodutivo. No Brasil, geralmente esta fase ocorre entre os meses de Março a Junho, dependendo das condições climáticas e ambientais. Uma boa alimentação é fundamental também nesta época. Mantendo o pássaro em um local abrigado de correntes de vento, frio ou umidade excessivos, além de uma boa higiene e limpeza constante de gaiola e acessórios, geralmente o pássaro passa por esta fase sem maiores problemas. Algumas doenças ou distúrbios podem induzir ou alterar a duração e o curso natural da muda de penas.


Na canaricultura atual, considera- se que há três grandes grupos:
*canários de cor;
*canários de porte;
*canários de canto clássico.

Tal separação é feita com base nos critérios de seleção empregados, visando os predicados que são considerados como mais desejados em cada um dos três grupos.

Os canários de cor, pela classificação da FOB (Federação Ornitológica Brasileira)/OBJO (Odem Brasileira de Juízes deOrnitológia), contam hoje com quase 500 cores, agrupados basicamente, de acordo com a presença ou ausência de melanina na plumagem, da seguinte forma: canários da linha clara (sem melanina na plumagem - brancos, amarelos ou vermelhos) e canários da linha escura (presença de melanina na plumagem - verdes, cobres, canelas, feos, acetinados). Também podem ser agrupados de acordo com o lipocromo em canários sem fator vermelho (brancos, amarelos, verdes, azuis) ou canários com fator vermelho (vermelhos, cobres). O lipocromo vermelho, que não é patrimônio genético original do canário, foi introduzido por meio da hibridação de canários com o Pintassilgo Tarim da Venezuela (Carduelis cucullata).

Segundo o Manual de Julgamento dos Canários de Porte da FOB/OBJO, são cinco os grupos de porte, com cerca de quarenta e cinco raças reconhecidas em nosso país. Dentre elas, existem raças com penas frisadas (Frisado parisiense, FiorinoGibberittalicusPadovano), raças de topete (GlosterLancashire, Topete alemão), raças de postura (Scotch fancyHoso japonês,Bossu Belga), raças de formato (BorderYorkshireNorwich, Raça espanhola) e raças de desenho (Lizard). Existem raças não reconhecidas em nosso país, porém criadas na Europa (Mheringer, Arlequim Português), Estados Unidos (Stafford Canary), assim como em outros países.

Dentre os canários de canto clássico, existem diferentes linhagens: Harzer RollerMalinolis, Timbrado espanhol, Waterslager e Cantor americano. No Brasil, tais canários não são muito freqüentes e quase não são encontrados à venda, sendo o mais comum o Harzer Roller. Existe ainda a confusão de chamar-se os canários de cor e porte como sendo "rollers", porém os verdadeiros rollers possuem característica de cantar com o bico fechado, e são canários com canto baixo, porém muito suave, melodioso, e “rolado” -  daí a origem de seu nome. Mesmo assim, poucos criadores se dedicam a esta variedade de canários, que até alguns anos atrás era considerada como uma categoria “em extinção” aqui no Brasil, devido ao pequeno número de admiradores destes canários em nosso país (ao contrário do que ocorre na Europa, onde são muito apreciados e valorizados). Felizmente, um pequeno grupo de aficcionados pelos canários de Canto Clássico continuou criando e selecionando estas aves, e atualmente já podem ser encontradas e admiradas em concursos.



Autor: César Wenceslau – Estudante de Medicina Veterinária da FMVZ/USP. Criador do canários de cor e porte.
 http://www.canariobr.com.br                             A CHEI  NA  NET   TO COMPARTILHANDO....

sábado, 3 de março de 2012